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Em reviravolta, Justiça do DF solta mãe acusada de matar filha e reabre investigação sobre caso

Júlia Felix de Moraes, de 2 anos, foi morta a facadas em fevereiro de 2020, em Vicente Pires. Mãe, Laryssa Yasmin Pires de Moraes, chegou a confessar o crime, porém, contradições em depoimentos e laudos de perícias lançaram dúvidas sobre a investigação.

A reviravolta começou em abril deste ano, quando a Justiça atendeu a um pedido do Ministério Público e da defesa de Laryssa, e determinou a realização de uma reconstituição do crime. Esse laudo, segundo a decisão do juiz, apontou contradições no depoimento do pai da criança.

Os Peritos encontraram sangue de Giuvan Félix (pai de Júlia) em uma faca, no colchão onde a menina dormia e em um aparelho celular. Nos depoimentos, ele disse que não havia tocado nesses objetos no dia do crime.

"Os Peritos Criminais consideram que o sangue de Giuvan tenha se depositado nesses três objetos, após a produção da ferida nele. Portanto, sugere-se que ele tenha ao menos se aproximado dos objetos enquanto experimentava um sangramento e, posteriormente, eles foram movimentados para os locais onde foram encontrados durante o exame de local", afirma o laudo.

O documento também afirma que uma das facas usadas no crime foi encontrada limpa e seca em um armário, e que o colchão onde o pai dormia foi colocado atrás de um guarda-roupas. Nenhum dos dois envolvidos soube explicar essa situação.

Outro ponto citado pela Justiça para pedir mais investigações sobre o caso é a omissão de um depoimento da acusada. Nessa versão, ela afirmava que o pai tinha esfaqueado a filha e que fez o corte no rosto do rapaz após descobrir o ataque.

Segundo o juiz Paulo Afonso Correia Lima Siqueira, a supressão do documento no inquérito "mostrou-se prejudicial à verdadeira apuração dos fatos".

Por conta das dúvidas, o juiz deu prazo para que defesa e acusação apresentem novos pedidos de diligência.



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